Por detrás dos Óleos Essenciais e de toda a Aromaterapia no geral, existe um rigor científico muito exigente. Para além disso, a produção é algo que carece de profissionais formados em áreas como Química ou Farmácia. Saber analisar um Óleo Essencial é por isso algo que devemos aprender.
Hoje temos o gosto de receber a Engenheira Química Sandra Castro que nos fala dos vários pontos de vista em relação aos Óleos Essenciais: a visão do produtor, do Aromaterapeuta e do comprador de matérias-primas.
Quem é a Sandra Castro?
Formada em Engenharia Química, já trabalha na produção e extração de Óleos Essenciais desde 2006. Tem então um percurso profissional muito ligado a esta área. Também é técnica de fitoterapia naturopática. Antes de 2006 passou pela indústria farmacêutica e só depois é que decidiu abrir o seu próprio laboratório de investigação e desenvolvimento de produtos cosméticos. 5 anos depois de abrir o seu laboratório, comprou um destilador para poder fazer as suas próprias extrações com intuito de obter matéria-prima para as formações dos seus produtos cosméticos e não só, também aproveitava e utilizava em si própria e em alguns clientes.
Qual a importância de os Óleos Essenciais serem de qualidade?
Os Óleos Essenciais são a ferramenta de trabalho do Aromaterapeuta, logo é imprescindível que este seja de alta qualidade. É importante salientar que os Aromaterapeutas são profissionais na área, logo são quem mais percebe da matéria. Como diz a Sandra, são os “doutores” dos Óleos Essenciais. A qualidade dos produtos é o que vai determinar o sucesso do profissional em Aromaterapia, pois vai ser através da avaliação do efeito do OE que o cliente avalia o profissionalismo ou não do seu terapeuta.
Como analisar um Óleo Essencial e verificar a sua Qualidade?
Para a Sandra, a principal ferramenta é o cromatograma. Este é essencial para perceber o que “está dentro” do Óleo Essencial. Outra ferramenta são as normas ISO que são regras que certificam, neste caso, produtos com as especificações da Organização Internacional de Padronização.

Qual é a visão de um Aromaterapeuta?
Quando se compra um Óleo Essencial e se pede toda a informação técnica ao produtor, é normal receber uma tabela com toda essa informação. Ora, o primeiro complemento químico que aparece no gráfico é a molécula química mais leve que faz parte do Óleo Essencial e que vai determinar o principal efeito do mesmo.
É, por isso, fundamental conhecer os componentes de forma a saber como aplicar os óleos: se por inalação, se topicamente, etc.
Muitas vezes menos é mais
A Sandra defende que se pode utilizar um Óleo Essencial de cada vez e, no máximo dos máximos, três. O Aromaterapeuta deve ter em sua posse alguns Óleos Essenciais (cerca de 12) e conhecer bem esses Óleos. Não necessita de ter uma variedade enorme para conseguir os efeitos terapêuticos nos seus clientes.
Os Óleos Essenciais mesmo que tenham a mesma denominação, podem ser muito diferentes entre si. Não basta aconselhar um Óleo Essencial de Lavanda, por exemplo, mas sim explicar e recomendar qual a composição que esse Óleo Essencial de Lavanda deve ter e que seja o mais indicado para o cliente.
Dica de Aromaterapeuta:
Diluir 1 gota de Óleo Essencial de Limão (Citrus limon) diluído em 1,5 litro de água, beber ao longo do dia, agitando antes de beber. É importante ir bebendo e não beber tudo de uma vez para que não haja um pico no nosso organismo. Fazer isto ao longo de 3 semanas.
Benefícios:
- limpeza do fígado
- bom para o colesterol
- desintoxicação
- aumenta a energia vital
- ajuda no sistema imunitário
Qual é a visão do produtor em relação aos Óleos Essenciais?
Mais uma vez, é importante conhecer o cromatograma de determinado Óleo Essencial, pois é necessário saber se o mesmo se encontra com a composição química pretendida. Se não existir, será recomendado procurar com outro produtor.
Sempre que se faz uma destilação a vapor sai uma tabela (cromatografia) que difere consoante a época do ano. Isto vai fazer com que possa haver vários lotes do mesmo Óleo Essencial ao longo do ano. Cada um desses lotes vai ter uma ficha técnica e cromatograma diferentes. Para além disto é necessário todo um outro conjunto de documentos oficiais que devem seguir os padrões legais obrigatórios neste sector.
Qual é a visão do cliente/ utilizador de matéria-prima?
Mais uma vez, é necessário analisar o cromatograma para poder comprar os Óleos Essenciais indicados para utilização terapêutica procurada.
Com esta conversa foi possível entender, de forma mais aprofundada, e técnica e importância da análise de um Óleo Essencial e quão importante é o trabalho que quem é responsável produção, recomendação e utilização destes produtos de Aromaterapia.